Sonhos de uma tarde de verão
Degusto a cerva gelada
numa tórrida tarde de terça
e por instantes sonho
que sou feliz.
Mas eis que
de repente!
um podre cheiro de merda
minhas narinas invade.
Troco de bar
mas a cerveja
já não é a mesma.
(redondos descem os sonhos
embrulhados no estômago)
Degusto a cerva gelada
numa tórrida tarde de terça
e por instantes sonho
que sou feliz.
Mas eis que
de repente!
um podre cheiro de merda
minhas narinas invade.
Troco de bar
mas a cerveja
já não é a mesma.
(redondos descem os sonhos
embrulhados no estômago)
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Arte: detalhe da pintura "Alegoria dos Fluxos", de donLeal, feita no banheiro do Bar e Restaurante Padoka, mais conhecido como "bar do Adão".
Foto: Sansão (Fábio Freitas)
Poema: Marciano Lopes
Foto: Sansão (Fábio Freitas)
Poema: Marciano Lopes
Observação: este poema não foi feito nas mesas (e nem na privada) do Padoka, mas poderia ter sido, pois expressa muito bem o momento que nós frequentadres do local vivemos. Devido a uma insensata (pra não dizer outra coisa) lei aprovada na Câmara de Vereadores de Maringá, proibindo a venda de bebidas alcoólicas em estabelecimentos comerciais distantes até 150 metros dos portões das IES desta cidade, talvez não seja mais possível a digna e salutar opção de se beber uma beer no bar do Adão. Salutar porque neste bar pode-se ter boas e inteligentes conversas acompanhadas de boa música, sem os "agro" e "zooboys" com seus carros tocando "sertanojo" a todo volume - o que já não ocorre mais naquelas quadras há muiiiito tempo...
Porra, gostei do poema. Maringá está se tornado a cidade careta, além de não ter muita opção cultural na cidade, fazem essa sacanagem. O que dizer numa roda com amigos(no bar do Adão) embriagado de refrigerantes?
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