terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Castelos e marés

para Graziele Queiroz


Amor, bela palavra envilecida
ou por demais gasta, tão sem medida.

(Perdido gesto, movimento incerto,
tristemente frágil ao som de um cello.)

Amor, bela palavra já sorvida.
Sempre ávida e insaciável ferida.

(Sofrido gesto, movimento incerto,
medroso e tímido diante do belo.)

Amor, apenas mente se não vivido,
bem ou mal tocado, bem ou mal bebido.

(Um novo gesto: movimento certo
derrubando barreiras, criando elos...)

Amor, doce encanto que nos enleia,
procela de sonhos em plena areia!

(Ancestral gesto: o pulsar das águas
indo e vindo sobre frágeis castelos.)



marciano lopes

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