quinta-feira, 21 de outubro de 2010

DICAS PARA UMA ÓTIMA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS



Karla Morelli*


Para se fazer uma ótima contação de histórias é necessário que haja muita criatividade e que não se tenha a maldita da pressa, esta que é a principal, senão for a única, suspeita por acabar e ser inimiga da perfeitissíma perfeição. Aliás, quem tem pressa come cru.
Para que aconteça uma ótima contação, tem que se escolher um bom livro, que desperte o interesse de quem vai contar e de quem vai ouvir a história. E se, no meio da contação, você se perder, não se preocupe, caro leitor, é pra isso mesmo que existe o improviso, nem todos tem a habilidade de usá-lo, mas ele é um pobre coitado, pois muitas vezes, quando entra na história, o ouvinte nem o percebe. O improviso, quando é muito bem utilizado é um dos principais recursos, se não for o principal, para a conclusão e a finalização da bendita contação de histórias. O ideal é que ele não transpareça na sua apresentação, pois se resolver transparecer, já não é mais considerado como um improviso, mas como uma péssima atuação do contador.
Sabe, meu caro leitor, fazer uma ótima contação de histórias não é fácil não, dá muito trabalho, pois o método para contar histórias exige tempo e já se inicia no momento em que você escolhe um livro para apresentar; mas, afinal, o que realmente deve-se escolher? Pois as escolhas são extremamente difíceis, decisivas e pessoais; o que eu gosto, não é necessariamente o que você pode e deve gostar e isso muitas vezes gera o conflito.
Desculpe-me a dispersão, caro leitor, voltemos ao método para uma ótima contação. Após a escolha de um livro, o próximo passo é que a história dever ser obrigatoriamente adaptada, pois imagine se você fizer uma contação e ficar preso nas linhas do livro, isso poderá ser fatal, pois se você se perder no texto, poderá até tentar improvisar, mas preso na narrativa, jamais conseguirá voltar à contação – e uma palavra esquecida é o assassinato da narrativa.
Após adaptar a história e ensaiá-la quantas vezes for preciso (o ensaio pode ser individual, na frente de um espelho, ou apresentado para pessoas fiéis a você, que digam a verdade sobre o que estão ouvindo e vendo, se realmente a contação foi boa ou péssima) é necessário criar o seu próprio figurino, o mais indicado é que seja: calça, camisa/camiseta e calçados pretos – pois não é você que tem que chamar a atenção do público e sim a história que será apresentada - e seu estilo próprio para narrar.**
Preparado para desempenhar a contação, com a história escolhida já adaptada, ensaiada e memorizada, com um figurino ideal, e com seu estilo próprio de narrar, você pode marcar o dia e o local para realizá-la. Ah, só mais um detalhe, se você quiser, pode utilizar bonecos, objetos, trilha sonora, etc... Estes recursos vão da criatividade de cada um.
Agora é só apresentar a história e se preparar para as críticas e elogios que irão vir.
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* Estudante de letras na UEM e contadora de histórias. Contato: karlamorelli@hotmail.com – Texto feito para a disciplina de Literatura e Ensino, ministrada por mim ano passado.
** Vejam a foto, com a autora em ação contando histórias para crianças carentes de Mandaguari/PR.

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