sexta-feira, 5 de junho de 2009

Pequena ode lírica à (ainda verde) Cidade Canção




Nunca vi cidade mais linda
e tão jovem! Tão propícia à arte
que seus músicos e poetas
lhe estendem o chapéu na mão!

Nela, as flores são mais flores
e as pedras são muito mais pedras!
Casimiro ou João Cabral
pouco importa, é tudo igual!

(Desde que não se introduza
a palavra fezes no poema.)

Nem a Carlos Drummond de Andrade
a lhe dever ficamos nós.
Se cá a flor não rompe o asfalto
na lama mais bela ela floresce!

(Quem dias de chuva aqui passa
o seu perfume jamais esquece.)

Que mal faz se todo bom dia
árvores nativas desabem
quando da terra que desertam
brota a modernidade em pó?

Primeiros, segundos, terceiros...
assim caminha a humanidade
e inventam-se tradições com
ídolos de Barros no altar!

(Revestidos com lã de carneiro
nossos olhos se enternecem muito mais...)

marciano lopes

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