quinta-feira, 13 de maio de 2010

Poema na madrugada: Simulacros

SIMULACROS

Marciano Lopes



Quem duvida da vida tem culpa.
Quem evita a dúvida também tem.
(Humberto Gessinger, Somos quem podemos ser)




Onde o outro
que eu fui?

Onde o eu
que é o outro?

De quem o olhar
no vazio do vidro?

De quem as palavras
que saltam ferozes?

De um fingidor?

De um clone?

De um xerox
do simulacro?

De quem esta voz
este verbo, este vazio?

De quem esta veia
que se esvai?

Onde o outro
que sou?

Onde o outro
que sei?

Onde o outro
que nada sabe?

Onde o outro
que jaz morto?

Onde o outro
que era eu?

Onde o eu
que será outro?

Onde?

(Eu que pude ser
sonhos
que tentei ter...)

Um comentário:

  1. Esta música que citou...... me lembra de uma epoca da minha vida que eu tambem sempre quero me lembrar, ao mesmo tempo nao parece que sou a mesma pessoa ou então, ela esta escondida.

    Sua poema levantou uma certa melancolia.





    obs. queria muito ter na oficina na terça... mas, nao tive como me livrar do meu trabalho.
    Uma pena.

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