terça-feira, 19 de junho de 2012

Três poemas eco-satíricos

Artigo: Projeto sacola oxi-biodegradável Fundação Verde (Funverde)*
Fonte:  
http://www.funverde.org.br/blog/sacolas/projeto-sacolas-ecologicas



Sanitário


No fundo de vale
corre um rio cheio
de lixo.

Lavou as ruas
da urbanidade.





Paradoxo


Homo consumens.
Perigosíssimo predador.
Tudo pega, paga e leva.**

Mas jamais sacia a sede.
Nem nunca mata a fome.

Somente a natureza
que pouco a pouco con-
some.




 Iniciativa privada



Ei brother!
Patenteia tua porra
antes que um gringo o faça!
Tu não pensa no futuro
das crianças?
Assegura a tua herança!
Registra o gene.
Carimba a carne.
Te conscientiza.
Vamos, te mexe!
No final das contas
porra!
iniciativa privada
não é bosta!***

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NOTAS:

* A Fundação Verde (Funverde) é aqui de Maringá. Conheça seu blog e atuação. Para isso, é interessante consultar a seção "Clipping", que armazena - entre outros documentos - matérias jornalísticas em que ela é citada.
:
** Verso original: "Tudo pega, capa e come". É mais forte em suas imagens, mas não remete à ideia do consumo diário (e ordinário) que o verso "Tudo pega, paga e leva" faz muito bem, sem perder ritmo e sonoridade.

*** Poema publicado em meu livro A contrapelo. Para saber mais, veja: http://marcianolopes.blogspot.com.br/2010/09/contrapelo-de-marciano-lopes-livro-cd.html

quinta-feira, 14 de junho de 2012

O AMOR À SOMBRA DAS SIBIPIRUNAS (um poema para as sibipirunas de Maringá)

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Sibipirunas em flor
se  enlaçam
lado a lado nas calçadas.

Silêncio.
Frescor.

Pombos entre folhas.
Raios de luz.

Passo a passo
como noivos na catedral.

Amamos.










Poema de Marciano Lopes
Escrito entre 13 e 14 de junho/2012

quarta-feira, 13 de junho de 2012

El Cóndor-Fénix


No.
No es en la tierra
que el fruto
la poda encierra.

Y mucho menos
se encierra
sob la fuerza del tigre
que ruge
agride
y mata
sin dolor

la pala
            abra
                     cóndor
             alas
tiene

ojos          garras
           y



             y
fuego         semilla


 
ceniza         albor
             y


                  
Fênix                 Fênix
             Fênix


Oh! dioses de los Olimpos
y de eso infierno sagrado!
Oh! dioses de los deshumanos,
de los corruptos, desgraciados!
Oh! dioses de los mentirosos,
envidiosos, disimulados!
Oh! dioses de los asesinos,
del Prometeu acorrentado!*

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Poema de Marciano Lopes
* La última estrofa es de Tisley Barbosa,
autor de la música de la canción hecha para el poema.
Tradución/adaptación del portugués por Marciano Lopes
Poema original: http://marcianolopes.blogspot.com.br/2010/08/fenix-de-marciano-lopes-e-tisley.html