segunda-feira, 31 de maio de 2010

Adeus, Dennis Hopper! - por "Anjo Polenta"

Um filme pode mudar a vida de alguém?


From: "Anjo Polenta"
Sent: Sunday, May 30, 2010 1:05:24 PM


Hoje morreu Dennis Hopper, ator e diretor de Easy Rider. Tenho a conta exata de quantas vezes assisti a esse road movie - 26 vezes (e contando). Apenas por Easy Rider e Apocalypse Now, Hopper merece estar no Panteão dos grandes atores de todos os tempos, embora sua filmografia incluísse muitas outras obras (Juventude Transviada, por exemplo).

A primeira vez que Easy Rider assaltou minhas retinas, tinha 17 anos, embalado pelo rock´n´roll e por um período intenso de leituras sobre os beatniks e a contracultura dos anos 60, Jack Kerouak, Gary Snider, William Burroughs, Allen Ginsgberg, Robert Crumb, Freak Brothers, Charles Bukowski, e, claro, todas essas publicações me indicando uma belíssima filmografia, tudo interligado, como naqueles raciocíonios perfeitamente circulares que às vezes percorrem as mentes quando se fuma maconha.

E nesses círculos perfeitos cheguei à Easy Rider. Digo que SIM, esse filme mudou a minha vida. Inspirado na liberdade que "Wyatt" e "Billy" buscam numa viagem sem fim pelo sul dos Estados Unidos (naquelas motocicletas maravilhosas...) eu então percorri milhares de quilômetros em centenas de viagens Brasil afora, sempre de carona, sempre com pouco dinheiro ou nenhum, sempre com uma guria linda e tão ou mais aventureira que eu (por onde andarão...?) dormindo em postos de gasolina, em praias deslumbrantes, ao lado de cachoeiras ou onde calhasse.

Meus cabelos enormes, minhas roupas coloridas, a estrada e dias de aventuras - o prazer de conseguir uma carona, os quilômetros que se sucediam, paisagens mutantes, e aquela sensação de eternidade que me invadia...

Para mim Easy Rider é uma metáfora da contracultura: a viagem dos personagem é estupidamente interrompida, simbolizando que a liberdade que se perseguia era impossível de se obter. Pelo menos, não para sempre.

Obrigado, Dennis Hopper, pela obra prima que é Easy Rider: fotografia, roteiro, e uma trilha sonora que parece ter sido especialmente composta para o filme, embora fosse meramente uma colagem de músicas que se encaixa nas cenas com perfeição raríssima.

Obrigado, Dennis Hopper, por ter inspirado algumas das melhores viagens da minha vida.

Convido a vocês, meus bons amigos desse vasto mundo, a assistirem a uma das mais belas cenas de Easy Rider, ao som de "Wasn´t Born to Follow", do The Byrds:

http://www.youtube.com/watch?v=gWhgLjim6Rc

Oh I'd rather go and journey where the diamond crest is flowing and
Run across the valley beneath the sacred mountain and
Wander through the forest
Where the trees have leaves of prisms and break the light in colors
That no one knows the names of

And when it's time I'll go and wait beside a legendary fountain
Till I see your form reflected in it's clear and jewelled waters
And if you think I'm ready
You may lead me to the chasm where the rivers of our vision
Flow into one another

I will want to die beneath the white cascading waters
She may beg, she may plead, she may argue with her logic
And then she'll know the things I learned
That really have no value in the end she will surely know
I wasn't born to follow

VALEU DENNIS HOPPER... QUE A TERRA LHE SEJA LEVE.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Poema na madrugada: "Ser/vida"

SER/VIDA

vida sobre/mesa
sobre/mesa vida
vida ser/vida

vida sobre/mesa
explícita

cadáver vivo?

natureza morta?

vida sobre/mesa
mesa sob(r)a vida
sobre/mesa vida

ser/vida
a/guarda
?

quem descubra
quem decifre
quem devore
?

faca
ques
pedaça
?

vida sobre/mesa
es/finge faminta

devora
ar/dente
mente
?

sente(?)

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Poema na madrugada: Simulacros

SIMULACROS

Marciano Lopes



Quem duvida da vida tem culpa.
Quem evita a dúvida também tem.
(Humberto Gessinger, Somos quem podemos ser)




Onde o outro
que eu fui?

Onde o eu
que é o outro?

De quem o olhar
no vazio do vidro?

De quem as palavras
que saltam ferozes?

De um fingidor?

De um clone?

De um xerox
do simulacro?

De quem esta voz
este verbo, este vazio?

De quem esta veia
que se esvai?

Onde o outro
que sou?

Onde o outro
que sei?

Onde o outro
que nada sabe?

Onde o outro
que jaz morto?

Onde o outro
que era eu?

Onde o eu
que será outro?

Onde?

(Eu que pude ser
sonhos
que tentei ter...)

terça-feira, 4 de maio de 2010

Teatro Universitário - Festival de Maio

Dias 8 e 9 - Helena
adaptação de texto de Machado de Assis - apresentação do TUM
Dias 15 e 16 - Esquetes
apresentação do TUM
Dias 22 e 23 - Medidas contra a violência
adaptação de textos de Bertolt Brech - apresentação do TUM
Dias 27 a 30 - Música & Dança
Dia 27 - 21 horas: Grupo TAP - Sapateado
Dia 28 - 21 horas : Grupo Fogança
Dia 29 - 21 horas: Oficina de Dança
Dia 30 - 1o horas: Orquestra da UEM
Dia 30 - 20 horas: Grupo Abaecatu

Aos sábados: 21 horas & aos domingos: 20 horas
Ingressos: R$ 5,00 e 3,00 (estudantes)